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quinta-feira, 30 de julho de 2015
A FAMÍLIA DE COLONOS ECKARDT
O sobrenome ECKARDT consta do “ÍNDICE ALFABÉTICO DOS 361 NOMES DAS 456 FAMÍLIAS DE COLONOS GERMÂNICOS QUE CHEGARAM EM PETRÓPOLIS, ENTRE 29/06/1845 E 31/12/1846”, publicado por Paulo Roberto Martins de Oliveira no site do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP).
Pioneiro da família foi o colono ADÃO ECKART, detentor do Prazo de Terras nº 1.242, do Quarteirão Bingen. Trata-se da mesma família ECCARD, havendo simples mudança na grafia.
Talvez o mais famoso descendente da família foi GUSTAVO ECKHARDT, fundador da famosa BANDA DO GUSTAVO. Original do GRÃO DUCADO DE HESSE, um dos mais civilizados e ricos povoados da antiga Prussia, o jovem migrante, nascido a 27 de junho de 1833, que era conhecedor de música e afinador de pianos, serviços em que aprendera ainda em sua terra natal, assim que pode fundou o conjunto musical juntamente com seus compatriotas. Dela participavam os irmãos HENRIQUE, PEDRO e FRANCISCO ESCH, HENRIQUE FAULHABER, FRANCISCO VOGEL, PEDRO JACOB e outros, da qual ficou sendo regente.
A BANDA tocava na serraria e fábrica de sabão, antigos engenhos de serras localizadas à rua Rhenania nº 6, no local onde hoje se encontra a Fábrica São Pedro de Alcântara. Mais tarde, o grupo se separou, formando os irmãos ESCH outro conjunto sob a regência de JOSÉ SCHAEFER.
Entretanto, o velho GUSTAVO ECKCARDT continuaria com o núcleo da BANDA, dela passando a fazer parte seus oito filhos, continuando a tocar no Solar do Correia, na Rhenania, e que eram os seguintes: GUSTAVO, EDUARDO, HENRIQUE, JOÃO, TEODORO, ALBERTO, ARTHUR E CARLOS, que tocavam flauta, saxe, corneta de pistão, clarinete e bombardeio. O povo, então, passou a designar o conjunto pelo nome de BANDA DO GUSTAVO com o qual passou para a história.
Em 1883, a cidade recebeu a visita do príncipe Henrique da Prussia, neto do Imperador. Ele foi festivamente recebido na estação ferroviária pelos alemães ali residentes, ocasião em que a BANDA ECKARDT, como também era conhecida, tocou o hino Heil dir im Siegerkranz.
GUSTAVO ECKARDT faleceria a 11 de dezembro de 1892, mas sua banda, sob nova direção, subsistiria até 1896, quando então se dissolveu.
Ao menos dois professores são descendentes dessa família. A primeira foi THEODORA ECKARDT, diretora da Escola Santo Antônio, cujos alunos, no ano de 1921, saudaram o então Presidente da República Nilo Peçanha quando do retorno de sua viagem à Europa. O segundo foi ALBERTO ECKARDT, que mantinha escola à Rua Monte Caseros, nº 549.
(http://earp.arthur.nom.br/site/earpgkf.htm e http://ihp.org.br/site/default.htm)
terça-feira, 28 de julho de 2015
segunda-feira, 27 de julho de 2015
FAMÍLIAS DE COLONOS ALEMÃES
Família Justen de Sá
Nikolau Kappes (com o rifle - acervo do Museu Imperial e meu trisavô)
Família de João Pedro Kapps
Família Brand
Família Kronenberg
Família Monken (acervo do Museu Imperial)
Família Winter
Clara Stumpf
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Famílias de colonos alemães Kapps (Kappes), Justen, Görgen, Blatt, Pick, Gerhardt, Brem, Schimdt, Zillig, Echternacht, Bauer e Kauer - A união com a família de comerciantes portugueses Sá
1812.
Nasce Nicolaus Kappes na cidade de Grenderich, no Estado da Rheinland-Pfalz, na Prússia, onde se casou com Catherine Kappes, nascida Görgen, falecendo, em Petrópolis, em
1872, com a idade de 60 anos.
1845. Nicolaus
Kappes embarcou para o Brasil, com a idade de 33 anos.
1847. Nicolaus
Kappes recebeu a gratificação imperial de 40 mil réis, relativa a uma família com oito pessoas, e o Prazo de
Terras nº 1.027, do Quarteirão
Ingelhein.
27.9.1859. Nikolau
Kappes era o nº 187 da Relação da Diretoria da Colônia, constando ter o
casal então cinco filhos.
O casal teve seis filhos, a saber: Nikolau Kappes, Elizabeth Kappes, Jakob
Kappes, Johann Kappes, Johann Peter Kappes e Catherine Kappes.
1833. Nikolau Kappes II nasceu em Koblenz, casando-se
com Maria Catharina Kapps, nascida Blatt,
nascida em Hillscheid, falecidos,
ele, em 26.4.1913, aos 80 anos e, ela, em 16.7.1918, ambos em Petrópolis.
1859. Segundo relação da Diretoria
da Colônia, Nikolau Kappes II teria imigrado
para o Brasil, contando, então, com 26 anos de idade. Sua fotografia é uma das
mais antigas dos colonos alemães que imigraram para Petrópolis, mostrando-o
após participar de uma caçada, segurando uma espingarda, em companhia de um
amigo desconhecido e, ao que parece, de
dois jovens empregados, ambos envergando uniformes, sendo uma das fotos mais antigas dos colonos de que se tem notícia.
Maria Catharina Kapps, nascida Blatt, era filha de João
Filipe Blatt e de Maria Catherine Kappes, nascida Pick, ambos nascidos na Prússia, ela falecida em 24.11.1906.
1845 (agosto). O
colono João Filipe Blatt chegou à
futura cidade de Petrópolis, recebendo a gratificação imperial de 20 mil réis, correspondendo à família de
quatro pessoas, e o Prazo de Terras nº 846, do Quarteirão Mosela.
27.12.1859. João Filipe Blatt era o nº 20 da Relação da Diretoria da Colônia, e
ainda constava como solteiro.
O casal Nicolaus Kappes e Maria
Catharina Kapps tiveram três filhos, Joaquim
kapps, nascido em 22.7.1887, e falecido em 10.10.1950, aos 63 anos de idade;
João Pedro Kapps, com data de
nascimento ignorada, falecido em 29.7.1842 e, finalmente, Catarina Elisa Kapps, com data de nascimento igualmente ignorada, e
falecida em 5.3.1944.
João Pedro
Kapps casou-se com Anna
Justen Kapps. Na fotografia em anexo, igualmente uma das mais antigas dos colonos
alemães que imigraram para a Cidade, vê-se a colona Maria Catharina Kapps, nascida Blatt,
seu filho João Pedro Kapps e sua
mulher Anna Justen Kapps, rodeados
pelos 10 filhos e netos (foto 2).
Joaquim Kapps casou-se com Josefina Gerhardt Kapps,
nascida em 16.11.1890, e falecida em 31.10.1976, com 86 anos de idade. Josefina, conhecida pelos netos como Vó Fina, era filha também de colonos
alemães José Gerhardt e Elisa Gerhardt,
esta falecida em 22.2.1961.
Na relação sobre as Famílias Germânicas da Imperial Colônia de
Petrópolis apresentada por Guilherme Auler, acha-se a família Gerhard, e não Gerhardt, mas tudo leva a crer tratarem-se da mesma família. Assim,
naqueles documentos temos que João José
Gerhard chegou à futura cidade de Petrópolis em julho de 1845, recebendo a
gratificação imperial de 30 mil réis,
e o Prazo de Terras nº 645, do Quarteirão Nassau.
27.12.1859. João José Gerhard figurava como o nº 99 da Relação da Diretoria da
Colônia, tendo o casal então três filhos.
Na referida relação
aparece também o nome do colono Guilherme
Gerhard, que, em 1847, recebeu a gratificação imperial de 15 mil réis, correspondente a três pessoas, da mesma forma acontecendo
com o colono Pedro Gerhard, que, no
mesmo ano, recebeu a gratificação de 10
mil réis, correspondendo à família de duas
pessoas, além do Prazo de Terras nº
2.634, do Quarteirão Palatinato
Superior.
José Gerhardt era filho do casal Ludwig Gerhardt e Catharina Brem, o primeiro filho de Martin Gerhardt e Eva Schimdt, nascidos
na Prússia, onde faleceram.
Por sua vez, Elisa Gerhardt era filha do casal Peter Echternacht e Marie Catharina Zillig,
filhos, respectivamente, dos casais Nicholaus
Echternacht e Anne Katharina Bauer e Georg Zillig e Anne Elizabeth Kauer,
igualmente nascidos na Prússia, onde faleceram.
Joaquim Kapps era encunhador, tendo sido admitido para trabalhar,
em 1.7.1906, no estabelecimento de André
Justen & Cia., do ramo de materiais de construção, então situada na
Praça Dom Pedro II (foto 3).
O casal Joaquim
Kapps e Josefina Gerhardt Kapps teve nove
filhos, cinco homens e cinco mulheres. Entre eles, Jorge Kapps, nascido em 17.7.1908, e falecido em 22.9.1965.
Jorge Kapps era casado com Vitalina
Anna de Sá Kapps, nascida Justen,
em 20.4.1912. Ela era filha do comerciante português Antonio Augusto de Sá e de Julia Justen de Sá, ele filho também do comerciante Francisco de Sá.
OS COLONOS ALEMÃES TINHAM SÉRIOS PROBLEMAS PARA SE ENTENDER COM O PRIMEIRO VIGÁRIO DE PETRÓPOLIS POR CAUSA DA LÍNGUA
Em 20.5.1846, foi criada a freguesia de Petrópolis, com a invocação de São Pedro de Alcântara, sendo designado seu primeiro vigário o cônego Luís Gonçalves Dias Correia. O problema da língua entre os católicos alemães, para se entenderem com o vigário era deveras sério. Isto deu lugar a enganos, como a intrigas das quais o major Köeler seria vítima, necessitando defender-se ... como o fez em extensa carta dirigida ao vice-presidente da província, Dr. Luís Pedreira do Couto Ferraz ... (onde) fala da existência de 6 escolas, sendo que 4 professores pertenciam ao rito evangélico e 2 ao católico romano, para usar suas próprias expressões. De pronto afirma Köeler que proibiu nas aulas comuns ensinos religiosos, para os quais reservou as 4ªs. e sábados, para os católicos nas escolas de mestres católicos e para os protestantes nas escolas de mestres protestantes ... Continuando, declarou jamais ter intervido em casamentos, quer católicos, evangélicos ou misto, como diretor ou empregado do governo. Insistiu que se limitava a solicitar a vinda, por encomenda direta, de dois curas alemães, um católico e um protestante “para conservar e aumentar a boa moral e religiosidade dos colonos e conduzi-los assim seguramente à prosperidade”.
A propósito do vigário cônego
Luís Gonçalves Dias Correia, deu o seguinte depoimento: “pessoa de notórias
virtudes e dotado de uma bondade e de um desinteresse raros, vive perto de
Petrópolis, a uma légua de distância. Sou amigo deste prelado há muitos anos e ele
nunca se negou a exercer suas funções eclesiásticas a pedido meu, privado, ou
dos colonos nesta colônia; ou em sua casa para com os colonos católicos. Muitas
vezes, ao menos de 15 em 15 dias, ele tem vindo dizer missa em Petrópolis,
batizar, casar e, por duas vezes, crismar. É, pois, falso e calunioso o boato
que alguém, de propósito, tem espalhado do abandono dos católicos em
Petrópolis” ...
O major Julio Frederico Köeler,
aliás, se preocupava muito com a integração do colono alemão na nova pátria. Ele
próprio se naturalizara brasileiro. E de tal maneira se impregnara do espírito
de brasilidade, que chegava a censurar pessoalmente toda a correspondência
particular para a Europa ...
Estes, os alemães católicos, eram
estimados em dois terços da colônia germânica ...
Voltemos um pouco para trás na
história e vejamos como repercutiram na administração provincial os apelos de Köeler
pela vinda de um cura alemão para os colonos. A 13 de outubro de 1846,
Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, então presidente da província,
escrevendo a Paulo Barbosa, naquela oportunidade em Paris, solicitava seus
ofícios no sentido de ser “engajado em Baden, ou em algum outro estado da
Alemanha, um padre da religião protestante ... dotado de qualidades morais e de
um espírito dócil e conciliador ...”. Em 12 de novembro do mesmo ano, o mesmo
presidente da província pedia a Paulo Barbosa, “em aditamento ao ofício que
tive a honra de dirigir a V. Excia, em data de 13 de outubro de 1846 ..., vou
rogar a V. Excia. se digne engajar um cura católico para a Freguesia de São
Pedro de Alcântara ...”
Em consequência dessa segunda
carta, foi contratado o padre Francisco Antônio Weber, da diocese de
Strasburgo, na data de 27 de maio de 1847, que veio exercer a sua missão ao
lado do primeiro vigário, cônego Luís Correia ... O padre Weber se obrigava a
celebrar a missa e pregar em todos os domingos e dias de festas, de acordo com
as exigências canônicas. Quando dominicais, as missas seriam aplicadas nas
intenções dos paroquianos. Em cada ano, entretanto, quatro outras ficariam
reservadas a intensões particulares: pelo Santo Padre, pela prosperidade do
imperador e da família imperial; pela prosperidade da província e da colônia de
Petrópolis; e, finalmente, pela propagação do evangelho entre os infiéis ... “
(acervo de Gabriel Kopke Fróes)
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